NÚCLEO RIO HOMEM

06 agosto 2005

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, PRECISA-SE!

LPN diz que há falta de educação ambiental
A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) atribuiu este sábado à falta de educação ambiental a elevada taxa de incêndios em Portugal relativamente à Europa e defendeu maior intervenção do Governo neste âmbito, para combater a negligência.

Em comunicado, a LPN indica que Portugal «tem sete vezes mais incêndios por 1.000 hectares do que Espanha, 20 vezes mais do que a Itália e 22 vezes mais do que a Grécia».
Para a organização, falta sensibilizar a população para evitar actividades de risco elevado, como as queimadas e queimas de resíduos agrícolas.

Os ambientalistas declaram-se «atónitos» quando o responsável pela Autoridade para os Incêndios Florestais «pede às pessoas para terem cuidado com as queimadas quando tais actividades estão completamente proibidas durante o período crítico de incêndios».

Trata-se de «um equívoco», considera a LPN, defendendo que «a mensagem só pode ser claramente a de não fazer fogo de espécie nenhuma nas áreas rurais e florestais durante o período crítico de incêndios».

Destacando a origem negligente da maior parte dos incêndios, comprovada pelos relatórios das brigadas de investigação, a LPN considera que «o que tem sido feito para sensibilizar a população tem sido muito pouco».

A ideia «profundamente enraizada» de que a maioria dos incêndios tem mão criminosa, que os meios de comunicação reforçam através da sua «selecção de notícias» contribui também para a «desmobilização e desresponsabilização dos cidadãos».

A LPN descarta o clima, a quantidade de combustíveis florestais, o sistema de detecção e combate como justificações para as diferenças entre Portugal e o resto da Europa, mas nota que o número de ignições por ano em Portugal (cerca de 25 mil) é superior ao dos «outros países do Sul da Europa, todos eles com uma área de floresta e população muito superiores».

No entanto, apesar de os combustíveis florestais não serem a principal causa dos incêndios, a LPN nota que «políticas erradas de florestação que foram seguidas durante muitos anos» não ajudam, combinadas com a «falta de ordenamento dos espaços rurais de um modo geral».


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