Camilo de Castelo Branco (1825 - 1890)
" O operário das letras"
Camilo Castelo Branco foi um paradigma da cultura portuguesa do século XIX. Homem multifacetado, considerado por alguns como o primeiro romancista da Península, deixou uma obra vasta, produto das paixões e vicissitudes da vida. Uma existência frustrada com um final trágico, com os louros da glória a aparecerem só alguns anos depois da sua morte.
A bibliografia camiliana é de uma extensão impressionante. A vivência do profissional das letras serviu de mote para os enredos das suas produções literárias, para a evolução da novela camiliana. Na escrita de Camilo estão presentes profundas contradições, oscilantes entre um idealismo e um materialismo, que se reflectem por um sarcasmo, por uma acutilante crítica aos costumes e comportamentos da sociedade da época. Há, ainda, a forte presença de um determinismo implacável. A nível de corrente literária, Camilo integra-se no Ultra-Romantismo, contudo, desde o início da sua carreira que tem um pendor realista, patente na importância que o dinheiro tem para as personagens, como garante da sobrevivência humana, e como forma de reconhecimento social. A visão realista camiliana é fruto da sua experiência de vida, sobretudo com a morte de seu pai. Camilo é um homem multifacetado, que escreve para sobreviver. Ao longo da sua carreira literária utiliza vários pseudónimos.
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